Entradas de stablecoins na Binance ultrapassam US$ 1,6 bilhão, sinalizando que traders se posicionam para recuperação

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A Binance, maior exchange de criptomoedas do mundo em volume de negociação, registrou entradas líquidas de US$ 1,65 bilhão em stablecoins, de acordo com dados da CryptoQuant. O movimento é interpretado como um forte sinal de que traders e investidores estão se preparando para uma possível recuperação do mercado após uma semana marcada por liquidações pesadas e intensa volatilidade.


Fluxo de capital muda de direção

O aporte bilionário coincidiu com quase US$ 1 bilhão em retiradas de Ether (ETH) na plataforma, destacando um reposicionamento estratégico de capital por parte dos investidores.

Segundo Amr Taha, analista da CryptoQuant, este foi o segundo episódio em agosto em que os depósitos líquidos de stablecoins na Binance ultrapassaram US$ 1,5 bilhão, indicando “uma nova onda de capital entrando no mercado à vista”.

Stablecoins, como USDT e USDC, funcionam como base de liquidez para negociações de criptomoedas, e entradas volumosas costumam refletir apetite para a compra de ativos digitais após quedas expressivas.


Pressão do mercado: vendas de baleias e liquidações

O fluxo ocorreu em um momento de turbulência para o mercado cripto. No último fim de semana, uma baleia despejou 24.000 BTC no mercado, desencadeando uma onda de vendas e liquidações de posições longas.

O Bitcoin (BTC) chegou a cair brevemente abaixo de US$ 109.000 na terça-feira, segundo dados da TradingView, antes de recuperar parte das perdas e ser negociado novamente acima de US$ 111.000.

Já o Ether (ETH) devolveu os ganhos da sexta-feira anterior, que haviam sido impulsionados pelos comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre a possibilidade de cortes de juros já em setembro.


Divergência histórica com a M2 global

A queda recente também chamou atenção por marcar o maior desvio em dois anos entre o preço do Bitcoin e a oferta monetária global M2 — indicador-chave do volume de dinheiro circulante na economia.

Historicamente, o BTC tem mostrado forte correlação com a M2, geralmente com atraso de dois a três meses. Para analistas como Raoul Pal, fundador da Real Vision, a relação de longo prazo é ainda mais consistente quando medida contra a liquidez global total, em vez de apenas a M2.


ETFs de Bitcoin em retração

Outro fator de pressão sobre o mercado foi a saída constante de capital dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos. De acordo com dados da CoinShares, os fundos registraram mais de US$ 1 bilhão em saídas na última semana.

Apesar disso, houve um alívio temporário: na segunda-feira, os ETFs tiveram seu primeiro dia de entradas líquidas em seis sessões consecutivas de queda, sugerindo que parte dos investidores voltou a enxergar oportunidades no preço atual do BTC.


Perspectivas

O cenário atual mostra um mercado dividido entre pressão vendedora e sinais de recuperação. Enquanto as liquidações e a saída de fundos institucionais exercem força negativa, as massivas entradas de stablecoins na Binance reforçam a expectativa de que traders estejam aguardando o momento ideal para recomprar ativos a preços descontados.

Com o Bitcoin oscilando na faixa dos US$ 110 mil, a atenção do mercado permanece voltada para os próximos movimentos de liquidez global, além da política monetária do Federal Reserve.