Análise de mercado
O preço do Bitcoin (BTC) voltou a cair nesta sexta-feira, 29 de agosto de 2025, sendo cotado em R$ 596.715,91 (cerca de US$ 109 mil). A queda interrompeu o movimento de recuperação iniciado após o ativo ter alcançado a máxima histórica de US$ 123 mil no início do ano.
Nas últimas 24 horas, o BTC chegou a testar a região de US$ 113 mil com uma leve alta de 1,6%, mas a falta de força compradora e as liquidações em massa empurraram o preço novamente para baixo, reacendendo a cautela dos investidores.
Por que o Bitcoin caiu novamente?
A pressão vendedora começou quando o Bitcoin rompeu o suporte crítico de Fibonacci em US$ 114.757, nível que vinha sustentando o movimento de alta registrado entre julho e agosto. Esse rompimento desencadeou uma série de ordens automáticas de venda, intensificando a queda.
Segundo Mike Ermolaev, fundador da Outset PR, o cenário técnico confirma a fraqueza:
- MACD negativo em -568,92 mostra impulso de baixa;
- RSI em 44,79 indica espaço para novas quedas;
- O próximo suporte relevante é US$ 112.121, e um rompimento sustentado pode acelerar ainda mais as vendas.
Liquidações em massa
Entre os dias 28 e 29 de agosto, foram liquidados US$ 76,75 milhões em posições long de Bitcoin, um salto de 84% em relação ao dia anterior. Esse efeito dominó forçou traders alavancados a saírem de suas posições, intensificando a pressão de venda abaixo de US$ 110 mil.
Contexto macroeconômico: Fed e inflação pesam no mercado
Além dos fatores técnicos, o ambiente macroeconômico global adicionou pressão. O mercado aguarda dois eventos-chave:
- Relatório de empregos dos EUA (1º de setembro);
- Reunião do Federal Reserve em setembro, que pode sinalizar o futuro da taxa de juros.
A persistência da inflação com risco de stagflação aumenta a incerteza. Atualmente, a chance de corte de juros pelo Fed está em apenas 30%, o que pode reduzir o apetite por ativos de risco como o Bitcoin.
Segundo André Franco, CEO da Boost Research, a atenção também está voltada para o índice PCE, indicador preferido do Fed para medir inflação. O mercado precifica uma probabilidade de 86% de corte de juros ainda neste ano, favorecida pela fraqueza do dólar.
Enquanto isso, o petróleo e o ouro recuaram, e o BTC ficou estável na faixa dos US$ 111.600, em consolidação.
Análise técnica: níveis críticos de suporte e resistência
De acordo com analistas da Bitunix, o mercado do Bitcoin permanece altamente sensível:
- Resistência forte em US$ 114.600 e US$ 116.800;
- Suporte imediato em US$ 107.600.
Para Paulo Aragão, fundador do Giro Bitcoin, a EMA de 100 dias em US$ 110.883 é crucial:
- Se mantida, o BTC pode buscar US$ 116 mil;
- Se perdida, pode acelerar a queda até US$ 103.991, na EMA de 200 dias.
O RSI diário em 42 reforça o momentum de baixa, exigindo recuperação acima de 50 para sustentar uma tendência positiva.
Histórico recente do Bitcoin: ciclos em escada
Caio Leta, Head de Pesquisa da Bipa, destaca que desde 2024 o BTC vem seguindo um padrão de “escada”:
- Março/2024: salto de US$ 45 mil para US$ 75 mil;
- Novembro/2024: de US$ 60 mil para US$ 90 mil;
- Janeiro/2025: atingiu US$ 110 mil;
- Abril/2025: nova máxima em US$ 123 mil.
Atualmente, o BTC se consolida entre US$ 90 mil e US$ 120 mil, o que sugere um ciclo de alta mais gradual e sustentado, diferente das bolhas anteriores com quedas de até 80%.
Top Criptomoedas hoje (29/08/2025)
- Maiores altas:
- Pyth Network (PYTH): +56%
- Provenance Blockchain (HASH): +7%
- Ethena (ENA): +6%
- Maiores quedas:
- Cronos (CRO): -15%
- Hyperliquid (HYPE): -7%
- Algorand (ALGO): -6%
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é a primeira e maior criptomoeda do mundo, criada em 2009 por um programador (ou grupo) sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto.
Sua emissão é limitada a 21 milhões de unidades, e seu funcionamento é baseado em uma rede descentralizada peer-to-peer que utiliza a blockchain para registrar todas as transações de forma pública e transparente.
Diferente do dinheiro tradicional, o BTC não é controlado por governos ou bancos, o que garante autonomia financeira aos usuários. Cada transação é validada por meio de criptografia, tornando o sistema resistente a fraudes.
Atualmente, o Bitcoin é considerado reserva de valor digital e também um ativo de risco, sujeito à volatilidade do mercado.
Conclusão
O Bitcoin em 29 de agosto de 2025 é negociado a R$ 596.715,91, consolidando-se após a forte queda para US$ 109 mil. Apesar das liquidações em massa e das incertezas sobre a política monetária dos EUA, o cenário de longo prazo segue construtivo, com investidores de maior prazo mantendo suas posições.
No curto prazo, o BTC deve permanecer entre US$ 107 mil e US$ 114 mil, aguardando os próximos dados econômicos para definir a direção.
📌 Aviso importante: Este conteúdo tem caráter informativo e não é recomendação de investimento. O mercado de criptomoedas é altamente volátil. Faça sempre sua própria pesquisa antes de investir.
