Receita da Ethereum caiu 44% em agosto, mesmo com o ETH em máxima histórica

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A Ethereum (ETH) registrou um movimento paradoxal em agosto de 2025: mesmo com o preço do ativo alcançando uma nova máxima histórica de US$ 4.957 (R$ 23.815), a receita da rede caiu 44% no mês.

De acordo com dados da Token Terminal, a receita totalizou US$ 14,1 milhões em agosto, uma queda expressiva frente aos US$ 25,6 milhões de julho. Essa redução acontece mesmo em um cenário de forte valorização do ETH, que subiu mais de 240% desde abril de 2025.


Taxas em queda após atualização Dencun

As taxas de rede também diminuíram cerca de 20% mês a mês, passando de US$ 49,6 milhões em julho para US$ 39,7 milhões em agosto.

Essa tendência de queda começou após a atualização Dencun, lançada em março de 2024, que reduziu drasticamente os custos de transação para redes de segunda camada (L2s) que utilizam a Ethereum como base para publicar blocos.

  • Julho/2025: US$ 49,6 milhões em taxas
  • Agosto/2025: US$ 39,7 milhões em taxas

Se por um lado isso beneficia os usuários com transações mais baratas, por outro levanta preocupações sobre a sustentabilidade financeira da rede de camada 1.


O debate: fundamentos em risco ou evolução natural?

A queda nas receitas e nas taxas reacendeu debates entre analistas e investidores:

  • Críticos argumentam que o modelo de receita da Ethereum é insustentável, já que a rede depende cada vez menos das taxas diretas pagas pelos usuários.
  • Defensores destacam que o ETH continua sendo a base do ecossistema cripto, funcionando como combustível para milhares de aplicações descentralizadas, exchanges, jogos blockchain e soluções de finanças descentralizadas (DeFi).

Na visão dos entusiastas, a redução das taxas é um avanço natural da rede, tornando-a mais competitiva frente a blockchains rivais e ao mesmo tempo reforçando o papel das camadas secundárias (L2).


ETH em máxima histórica e o papel do staking

Apesar da queda nas receitas, o interesse institucional pela Ethereum disparou em 2025. Gestoras e empresas de Wall Street aumentaram sua exposição ao ativo, impulsionando o preço do ETH para máximas históricas.

Um dos principais atrativos é o staking de Ethereum. Ao bloquear seus tokens para ajudar a validar transações e proteger a rede, investidores recebem rendimento passivo, comparável a dividendos em empresas tradicionais.

Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise Asset Management, explicou:

“Se você pegar US$ 1 bilhão em ETH e colocá-lo em uma empresa e fizer staking, de repente, você está gerando receita. E os investidores estão acostumados com empresas que geram receita.”


Ethereum atrai corporações e fundos

A influência da Ethereum também se fortaleceu no meio corporativo. Em setembro de 2025, a Etherealize, empresa focada em promover a blockchain para companhias de capital aberto, anunciou uma captação de US$ 40 milhões para expandir suas operações.

Além disso, ETFs de Ether continuam movimentando o mercado. Apesar de registrarem semanas de saídas líquidas, o ativo segue entre os preferidos dos investidores institucionais por seu potencial de valorização e pelo modelo híbrido de ativo de tecnologia + gerador de rendimento via staking.


Conclusão

O paradoxo da Ethereum em agosto — preço em alta histórica, mas receita em queda — expõe um dilema para a rede: como equilibrar eficiência para usuários e sustentabilidade financeira para validadores e detentores de ETH.

Enquanto críticos veem um modelo em risco, os defensores enxergam um futuro promissor em que a Ethereum se consolida como a espinha dorsal do sistema financeiro descentralizado, apoiada por um ecossistema crescente de L2s, DeFi e staking institucional.