O preço do Bitcoin (BTC) voltou a recuar nesta quinta-feira (04/09), testando novamente o suporte de US$ 110 mil em um dia marcado por pressão técnica, liquidações bilionárias e expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve.
Na manhã de hoje, o BTC é cotado a R$ 604.792,83, registrando queda próxima de 1% em 24 horas. Ontem, o ativo chegou a ser negociado a R$ 610.151,93, mas perdeu força após não conseguir romper resistências técnicas.
Por que o Bitcoin caiu hoje?
De acordo com analistas da Zexpire, a principal razão da queda foi o rompimento de suportes técnicos. O Bitcoin não conseguiu sustentar o nível de US$ 111.635, considerado pivô no curto prazo, e também perdeu a média móvel de 30 dias em US$ 114.564.
Outro ponto de pressão é a resistência no nível de Fibonacci de 61,8% (US$ 113.836).
- MACD negativo: -167,86, indicando impulso vendedor.
- RSI em 46,83: sinal de mercado neutro, mas tendendo à sobrevenda.
- Volume em queda: retração de 12,91% em 24h, limitando reação compradora.
Se o suporte psicológico de US$ 110 mil for perdido, o próximo alvo pode ser US$ 109.949, próximo ao nível de Fibonacci de 78,6%.

Liquidações bilionárias no radar
Segundo dados da Coinglass, caso o BTC caia abaixo de US$ 110 mil, podem ocorrer liquidações de até US$ 1,23 bilhão em posições compradas.
Por outro lado, se o preço superar US$ 114 mil, haveria risco de liquidações de US$ 1,29 bilhão em posições vendidas.
Esse equilíbrio cria um cenário de compressão de volatilidade, onde tanto uma queda acentuada quanto uma recuperação repentina seguem no radar.
Fatores externos: dólar e Federal Reserve
Além da análise técnica, o dólar americano (DXY) subiu +0,5% na semana, reduzindo o apetite por ativos de risco. A expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve também perdeu força nos últimos dias, aumentando a cautela nos mercados.
Nos ETFs de Bitcoin, o patrimônio segue em US$ 144 bilhões, sem novos fluxos relevantes. Já o Ethereum (ETH) atraiu mais investidores após sinais positivos de regulação, o que desviou parte da atenção do BTC.
O Índice de Temporada de Altcoins (55 pontos) indica uma leve preferência por criptoativos alternativos.
Análise macroeconômica
Para André Franco, CEO da Boost Research, o cenário global continua apoiando os criptoativos no médio prazo.
- Mercados asiáticos abriram mistos, mas com viés otimista.
- Federal Reserve mantém discurso dovish, elevando chance de corte de juros em setembro para 96,6%.
- Dólar enfraqueceu, mas juros longos nos EUA seguem altos por preocupações fiscais.
O BTC chegou a recuperar para US$ 111.700, e segundo Franco, há espaço para testar US$ 113.000–116.000 se o ambiente de liquidez permanecer favorável.
Análise técnica: quem lidera, EUA ou Ásia?
Segundo Mike Ermolaev, fundador da Outset PR, os movimentos atuais são guiados pela liquidez regional:
- Coinbase Premium Index (IPC – EUA) positivo indica acumulação institucional.
- Korean Premium Index (KPI – Ásia) entre +1% e +3% sinaliza demanda saudável.
Quando os dois índices estão alinhados, o Bitcoin pode iniciar altas explosivas. No entanto, divergências criam instabilidade, confundindo traders de curto prazo.
Já Timothy Misir, da BRN, destaca que o BTC permanece estável tecnicamente. Enquanto se mantiver acima de US$ 107,4 mil, há espaço para buscar US$ 115 mil a US$ 118 mil.
Top altas e baixas de hoje
📈 Maiores altas (03/09/2025):
- MemeCore (M): +19%
- OKB (OKB): +7%
- Fartcoin (FARTCOIN): +6%
📉 Maiores quedas (03/09/2025):
- World Liberty Financial (WLFI): -8%
- Pyth Network (PYTH): -4%
- Cronos (CRO): -3%
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é a primeira moeda digital descentralizada do mundo, criada em 2009 por um programador (ou grupo de programadores) sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto.
Seu fornecimento é limitado a 21 milhões de unidades, o que garante escassez e aumenta sua atratividade como ativo de reserva de valor.
O Bitcoin funciona por meio da tecnologia blockchain, um livro-razão público e imutável que registra todas as transações realizadas na rede.
Sua principal vantagem está na independência de governos e bancos, permitindo que usuários tenham controle total sobre suas finanças.
Conclusão
O Bitcoin segue em uma zona crítica de suporte em US$ 110 mil, com o mercado dividido entre riscos de liquidações e a esperança de que um corte de juros pelo Fed impulsione os ativos de risco.
Para os próximos dias, os traders devem observar:
- O suporte em US$ 107 mil.
- A resistência em US$ 113,5 mil.
- O resultado do relatório ADP de empregos nos EUA, que pode ser o gatilho para novos movimentos.
Enquanto isso, o mercado cripto continua mostrando sinais de resiliência, com altcoins ganhando espaço e investidores atentos ao comportamento macroeconômico global.
📌 Aviso: Este artigo tem caráter informativo e não constitui recomendação de investimento.