Capcom aposta no medo psicológico, com protagonista inexperiente, mecânicas renovadas e ambientação claustrofóbica para revitalizar o gênero
Resident Evil Requiem é o mais novo capítulo da icônica franquia de survival horror da Capcom — e se tem algo que ele faz bem, é colocar o jogador frente a frente com o medo em sua forma mais crua. Em uma demonstração especial oferecida pela Capcom, pudemos experimentar em primeira mão o que torna esse título tão especial: imersão total em um cenário de terror absoluto.
Ao contrário de títulos mais recentes como Resident Evil Village ou o Remake de RE4, que mesclam ação e horror, Requiem retorna às raízes do gênero com um foco quase exclusivo na sobrevivência, vulnerabilidade e tensão psicológica. A protagonista da vez, Grace Ashcroft, oferece um olhar novo — e extremamente humano — à narrativa, entregando uma experiência densa, intimista e angustiante.
Grace Ashcroft: vulnerabilidade como protagonista
Em Requiem, não controlamos heróis endurecidos como Leon Kennedy ou Ethan Winters. Grace é uma novata no FBI, filha da jornalista investigativa Alyssa Ashcroft, vista em Resident Evil: Outbreak. Sem treinamento tático ou experiência em combate, ela nos conduz por uma jornada de puro instinto de sobrevivência.
Sua respiração ofegante, mãos trêmulas e movimentos hesitantes são elementos cruciais para a atmosfera de tensão. Tudo contribui para o sentimento de estar vulnerável, indefesa e à mercê dos horrores que se escondem nos corredores escuros do jogo. Até mesmo pequenos erros — como empurrar um móvel rápido demais — podem gerar consequências sérias, como alertar uma criatura stalker aterrorizante que perambula pela mansão onde a demo acontece.
Um novo stalker que promete aterrorizar
A criatura que persegue Grace na demo é um dos pontos altos do terror psicológico. Com aparência grotesca, alta estatura e uma cabeça desproporcionalmente bizarra, o monstro age como um predador implacável. Ele ouve seus passos, responde a ruídos e aparece nos piores momentos, criando um clima sufocante.
A Capcom implementou um excelente design de som, fazendo com que o jogador sinta fisicamente a aproximação do inimigo. O som dos passos da criatura ecoando atrás de você, junto à movimentação lenta de Grace mesmo quando corre, cria uma experiência desesperadora e realista.
Novo sistema de câmera: primeira ou terceira pessoa
Um dos grandes acertos de Resident Evil Requiem é a possibilidade de jogar tanto em primeira quanto em terceira pessoa. Embora o jogo claramente tenha sido desenvolvido com foco na primeira pessoa — intensificando a imersão e a sensação de claustrofobia — a opção de alternar para a visão clássica dos remakes agrada aos fãs de longa data que preferem uma perspectiva mais ampla.
Mecânicas inéditas e ambientação interativa
Além da ambientação meticulosamente detalhada, novas mecânicas adicionam profundidade à experiência de survival horror. Durante o preview, foi possível interagir com objetos como garrafas — podendo segurá-las, equipá-las e até arremessá-las. Em teoria, isso poderia servir tanto para distrações quanto como arma improvisada, embora ainda não esteja claro o quão eficaz será em situações reais do jogo.
Outro ponto interessante é que cada ação pode trazer uma consequência. Um movimento impensado, um objeto derrubado, uma tentativa de distração mal planejada — tudo pode custar caro, incentivando o jogador a pensar antes de agir.
Comparações com RE7 e a promessa do retorno ao horror clássico
As semelhanças com Resident Evil 7: Biohazard são inevitáveis, principalmente no ritmo mais lento da gameplay e no uso da perspectiva em primeira pessoa. No entanto, Requiem traz seu próprio charme ao permitir maior liberdade, interação com o ambiente e uma narrativa mais emocional centrada na jornada de uma personagem frágil, mas determinada.
A sensação de estar sempre um passo atrás do perigo, de que sua única chance é fugir ou se esconder, reafirma a essência do survival horror. Isso marca um contraste importante em relação aos jogos mais recentes da franquia, que flertavam cada vez mais com o gênero de ação.
Lançamento e plataformas
Resident Evil Requiem tem lançamento marcado para 27 de fevereiro de 2026, com versões confirmadas para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC. A expectativa é alta, tanto entre veteranos quanto novatos na franquia.
Conclusão: Requiem é um sopro sombrio e necessário à franquia
Com uma protagonista inexperiente, atmosfera sufocante, liberdade de câmera e mecânicas que reforçam o instinto de sobrevivência, Resident Evil Requiem promete ser um dos jogos mais assustadores e imersivos da série até hoje. A Capcom mostra que ainda sabe como manipular o medo de forma magistral, e se o jogo final for tão bom quanto a demonstração, os fãs terão um verdadeiro pesadelo — no melhor sentido possível — pela frente.