Google adquire 14% da mineradora de Bitcoin TeraWulf e se torna maior acionista

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O Google se tornou o maior acionista da mineradora de Bitcoin TeraWulf (WULF) após adquirir 14% de participação na empresa. O movimento aconteceu em meio a um acordo estratégico com a provedora de infraestrutura de IA Fluidstack, que resultou na concessão de warrants para compra de ações em troca de um backstop financeiro bilionário.

A informação foi confirmada pela diretora de estratégia da TeraWulf, Kerri Langlais, que destacou que a entrada do Google representa uma “validação poderosa” da infraestrutura livre de carbono da mineradora e da oportunidade de crescimento no setor de computação de alta performance.


O acordo entre TeraWulf, Google e Fluidstack

Na última quinta-feira, a TeraWulf revelou em uma chamada com acionistas que assinou um contrato de locação de 10 anos com a Fluidstack, que terá espaço ampliado no campus do data center Lake Mariner, em Nova York.

O Google está cobrindo as obrigações financeiras da Fluidstack por meio de um backstop de US$ 3,2 bilhões, recebendo em contrapartida warrants para adquirir mais de 73 milhões de ações da TeraWulf. Com isso, a big tech se tornou o maior acionista da mineradora, com 14% de participação.

Segundo Langlais, o backstop garante os compromissos de longo prazo da Fluidstack. Caso a empresa de IA não consiga cumprir suas obrigações, o Google entra como garantidor.

“Isso não é uma garantia da dívida corporativa da TeraWulf, nem temos acesso direto a esses fundos. O backstop está vinculado exclusivamente às receitas contratuais de locação de IA e HPC, não às nossas operações de mineração de Bitcoin”, explicou a executiva.


Mudança de estratégia: da mineração de Bitcoin à IA e HPC

O setor de mineração de Bitcoin vem passando por transformações desde o halving de abril de 2024, que reduziu as recompensas de 6,25 para 3,125 BTC por bloco, afetando diretamente a lucratividade das empresas.

Diante desse cenário, diversas mineradoras vêm diversificando suas fontes de receita, destinando parte de sua infraestrutura energética para atender demandas de inteligência artificial (IA) e computação de alta performance (HPC).

A TeraWulf segue essa tendência. Embora mantenha sua plataforma de mineração de Bitcoin no Lake Mariner, a empresa não pretende expandir a operação, priorizando contratos de longo prazo com grandes players de tecnologia.

“No curto prazo, a mineração de Bitcoin gera fluxo de caixa e ajuda na estabilidade da rede elétrica. Mas no médio e longo prazo, vemos maior valor em migrar megawatts para IA e HPC”, disse Langlais.

Um relatório da VanEck (agosto de 2024) já havia projetado que mineradoras listadas em bolsa poderiam gerar até US$ 13,9 bilhões adicionais em lucros em 13 anos ao transferirem 20% de sua capacidade energética para IA e HPC até 2027.

A TeraWulf estima que o contrato com a Fluidstack renderá US$ 6,7 bilhões em receita, podendo atingir US$ 16 bilhões caso o acordo seja estendido.


Impacto no preço das ações da TeraWulf

O mercado reagiu de forma imediata ao anúncio. Na segunda-feira (18), as ações da TeraWulf (WULF) chegaram a US$ 10,57, alta de 17% em relação ao fechamento anterior de US$ 8,97.

No entanto, ao final do pregão, os papéis recuaram para US$ 9,38, registrando ainda assim uma valorização significativa de 72% nos últimos cinco dias, desde o anúncio da parceria com a Fluidstack.

Esse movimento reflete a confiança dos investidores no novo modelo de negócios híbrido, combinando mineração de Bitcoin, hospedagem de IA e contratos de HPC.


O que essa aquisição significa para o setor?

A entrada do Google como acionista majoritário da TeraWulf sinaliza um marco estratégico para o setor de mineração de Bitcoin e infraestrutura digital. A movimentação reforça a tendência de convergência entre mineração cripto e IA, além de indicar que grandes empresas de tecnologia estão dispostas a investir em provedores de energia e data centers de alta performance.

Se a aposta da TeraWulf se confirmar, a empresa pode se consolidar não apenas como mineradora de Bitcoin, mas também como parceira estratégica de gigantes de tecnologia em uma indústria que cresce exponencialmente.


🔗 Fonte: TeraWulf, Cointelegraph, Google Finance